No livro Sincronicidade de Carl G. Jung, é provado que o comportamento do ser humano possui padrões que podem ser contados e, por incrível que pareça, não são de grande número. A este fato, Jung menciona que “os padrões de comportamento são quantitativos”.
Chama-se padrão de comportamento, virtudes, defeitos, costumes ou qualquer adjetivo que se possa dar a uma pessoa, caracterizando-a pelo que se sobressalta em sua personalidade. Cada virtude, Jung chamava de Arquétipo, como exemplo podemos citar a beleza, a coragem, a inteligência, a bondade, etc.
Vamos tomar como prova a inteligência. Ela não é um privilégio de apenas uma pessoa, visto que muitas podem ser inteligentes, por isso as semelhanças são simultâneas.
Quando encontramos várias pessoas com a mesma virtude, é comum que haja entre elas outras igualdades, como conceitos, decisões, interpretações e até sentimentos. Portanto, as conclusões tomadas por pessoas de mesmo grau intelectual sobre um assunto podem se repetir.
À esta repetição, Jung deu o nome de Sincronicidade, ou seja, simultaneidade.
Ao nos aprofundarmos encontraremos coisas simultâneas obedecendo uma lógica simples, sempre apontada para a mesma direção.
Quando desenvolvemos virtudes, é comum que passemos a notar muito mais as que nos são parecidas e o movimento gerado por pessoas que têm a mesma intenção passa a gerar coincidências. Por exemplo, torcedores de um time de futebol que acabou de vencer um campeonato irem para o mesmo lugar, na mesma hora, sem terem combinado. Elas tiveram simultaneamente a mesma vontade.
As circunstâncias formadas pela sincronicidade, geram coincidências e uma integração com a natureza. É como a cadeia alimentar, as órbitas dos planetas e das estrelas, etc. Uma lógica matemática infinita que reforça nossas semelhanças e pode nos dar dicas sobre o que está acontecendo.
Cada coincidência que encontramos na vida nos coloca em sintonia com o universo, nos faz sentir integrados a ele e nos sensibiliza para um desenvolvimento maior da nossa percepção. Que existe uma lógica profunda e genial ao nosso redor, garantindo uma sensação de que não somos soberanos, que existe um ser superior ou uma natureza divina.
Quando nossos conceitos, ídolos ou heróis são bem escolhidos e definidos, passamos a ter mais certeza sobre quem somos e para onde queremos ir, pois exploramos as mesmas virtudes.
No plano inconsciente, existem os sonhos precognitivos onde o sincronismo mente e universo também se dá e podemos sonhar com algo antes dele acontecer. Ou fatos como um déjàvu (sensação do já visto), que para Jung também está relacionado ao sonho cognitivo.
Conclui-se então, que existe uma ordem natural em todas as coisas do universo, que se manifesta nas coincidências e nós pertencemos a ela.
Mauro Godoy