Comparando com épocas anteriores, os filhos de hoje em dia estão demorando cada vez mais para assumirem a própria independência.
Apesar do problema de segurança nas grandes cidades, a maior causa desta mudança está na mentalidade e no comportamento dos pais.
Em países de primeiro mundo, o caminho dos jovens é mais ou menos previsível, pois há recursos suficientes para que ingressem na universidade por volta dos 17 anos, fase que acaba combinando com a saída de casa e com a autonomia.
Já nos países onde não há cobertura social, os pais são obrigados a bancar, conforme suas condições, os tais estudos ou pelo menos fornecer moradia enquanto os filhos tentam conseguir por si mesmos o que precisam. Assim, o caminho da rua vai ficando cada vez mais dramático e longo.
Esta situação vem alimentando potenciais psicológicos que são negativos e merecem ser observados e resolvidos, entre eles:
-A tendência da mãe ver o filho como um “eterno bebê”e desta maneira reforçar as dificultades do jovem;
-As pessoas que têm filhos como quem compra um animal de estimação para se divertir e ter companhia, por isso o crescimento seria um problema e a independência uma traição.
-Ou quem assume o ato de criar filhos como se fosse uma profissão ou ideal de vida.
Antigamente existia o “ritual da bênção”, onde a mãe emprestava o mátrio-poder ao filho que, quando saía, experimentava ser sua própria mãe, depois voltava e devolvia o papel de mãe.
Quando a mãe não “abençoa”o filho, ou seja, não deixa que ele aprenda a cuidar de si sozinho, ele vai ter então duas alternativas: Ou depende eternamente de alugém para cuidar dele ou assume viver sem mãe, quer dizer, abandonado, tornando-se um indivíduo sem asseio, bem estar ou estabilidade emocional.
Portanto, uma mentalidade superprotetora dos pais pode implicar limitação do desenvolvimento dos filhos.